sábado, 28 de fevereiro de 2009

Bienal de SP ainda deve aos artistas

Trechos da notícia publicada na Folha online (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u510681.shtml):

"Quase três meses após o fim da 28ª Bienal de São Paulo, pelo menos oito dos 41 artistas na mostra ainda não foram pagos por sua participação, ou tiveram apenas parte do cachê depositado, informa Silas Martí na edição de hoje da Folha."

"Tentando evitar mais estresse, alguns artistas estrangeiros, como o norte-americano Casey Spooner, do duo eletrônico Fischerspooner, o argentino Martiniano López-Crozet e a mexicana Milena Muzquiz, do Los Super Elegantes, foram mais duros na negociação. Spooner se recusou a pegar o avião para fazer sua performance no Brasil até que depositassem o cachê na sua conta, enquanto López-Crozet e Muzquiz esperaram mais de três meses para receber, sendo que tiveram o dinheiro depositado só quando ameaçaram falar sobre o caso numa entrevista ao jornal "The New York Times". "

Comentário: Posso parecer bobo, mas eu não sabia que a bienal, ou qualquer exposição de grande porte, pagava "cachê" para os artistas. Nunca ouvi falar que uma coisa parecida tenha acontecido antes na história da arte. Eu compreendo que um curador possa dar uma ajuda de custo para transporte ou coisa parecida, mas pagar para artista expôr? Que nem pagar para um ex-BBB aparecer numa festa? O que mais me decepciona é como alguns artistas podem ser mercenários - tipo, me dá dinheiro e eu faço arte. Não sei se foi exatamente o que aconteceu no caso da Bienal mas, se foi, é assustador.

No Salon de Paris, que monopolizou as atenções da crítica e do público por 200 anos, os artistas não recebiam nada para expor e se sentiam muito privilegiados por estar na companhia das maiores sumidades de seu tempo. Nem inscrição tinham que pagar, e tudo era bancado pelo Estado. Talvez essa isenção, pelo menos econômica, tenha contribuído para a importância e para a longevidade do Salon.

Mas pior que isso, são curadores que dão calote nos artistas. Se entrou no jogo, que pelo menos tenha a dignidade de cumprir sua parte, pois os custos de produzir uma obra para a bienal não são poucos, fora o tempo que o artista dedicou para aquilo.

Realmente, assustador.

Um comentário:

  1. Meu filho, você não é artista né? Como vc acha que essas pessoas vivem, pagam contas?
    Essa história do Salon de Paris não faz mais sentido não. Não se faz arte por status. Se faz arte por realização, por trabalho, por serviço à humanidade. Mais que justo que se receba por isso. Músicos recebem cachês. Todos que montam uma Bienal de artes recebem salário. Jornalistas que fazem reportagens sobre a exposição estão recebendo seus salários. Vc acha que artista faz arte para ter seu nome em algum lugar? Artistas trabalham com arte.

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