terça-feira, 29 de novembro de 2011

GEOMETRIZANDO NO ENTULHO


Nota à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo:

A exposição Geometrizando 7 marcou a inauguração da Galeria de Arquitetura alegrou os estudantes de artes visuais da UnB que viram nascer na oportunidade um novo espaço privilegiado para a arte e a poesia no campus.
Apesar do Instituto de Artes possuir sua própria galeria – O Espaço Piloto continua sendo desconhecido pela maioria dos estudantes que não transitam quotidianamente frente a ele no campus, e que é quase exclusivamente visitada pelos estudantes de Artes seus professores e familiares (Onde fica? -é no prédio de oficinas especiais, onde fica o curso de Artes Cênicas e o Teatro Helena Barcellos [em reforma], aquele bonito coberto de azulejos do Athos Bulcão e uma extensa vridraçaria. Frente ao campinho de futsal, descendo da FE para o minhocão. Achou?).

A nova Galeria da FAU é um espaço privilegiado, de fácil acesso para os 40.000 que circulam no Campus Darcy Ribeiro diariamente, e que mesmo desavisados podem notar em ela qualquer atividade, já que fica em plena entrada do ICC Norte – Ceubinho, do lado das lanchonetes onde muitos matam sede e fome; esse também é o espaço mais usado para debates, assembléias e ponto de venda da maioria dos eventos produzidos pelos estudantes da UnB.


A exposição Geometrizando 7, oriunda da matéria Geometria Construtiva, ministrada pela professora Neusa Cavalcante há mais de dez anos a alunos do primeiro semestre de arquitetura rendeu obras dignas de admiração. De fato a poética, referência, acabamento e originalidade das obras chamava a atenção a quem passasse pela galeria. Pode-se ler o artigo da SECOM sobre o evento: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5502
A segunda exposição realizada no local foi a Mostra de Artes Visuais do 1º Encontro TransArte, realizada pelo DEA-UnB. Vários de nossos colegas, alunos e ex-alunos puderam mostrar nela seus trabalhos e performances. Então pudemos confirmar que apesar de se tratar de um espaço pequeno e com algumas limitações de iluminação, montagem e manutenção, tem muita capacidade e futuro pela frente.

Junto com a Filosofia a Arquitetura é um dos cursos que ofertam as disciplinas de Estética e Filosofia da Arte, disciplina esta que ironicamente não é ofertada no Instituto de Arte, nem oferecida aos seus alunos que costumam de digladiar pelas poucas vagas remanescentes: estas disciplinas que ao nosso ver nos deveriam ser obrigatórias, tem em sua ementa noções fundamentais do entendimento da arte, do processo artístico e do pensamento humano. Espera-se que alunos que tem facilitada a oportunidade de cursar estas disciplinas também possam cultivar a sensibilidade necessária à poética, e à valorização da arte em si.
No entanto ao descer ao subsolo para prestigiar uma das performances da mesma mostra, nos deparamos com uma cena trágica: os trabalhos da exposição anterior estavam JOGADOS NO ENTULHO, quebrados, despedaçados, amaçados por todo tipo de lixo: papéis, sacolas, materiais de construção, e outros objetos que apenas são achados no descaso da UnB.


A reação imediata de várias pessoas foi subir a montanha de lixo para tentar resgatar alguma obra que ainda pudesse ser recuperada, imaginando como isso poderia ter acontecido.
E logo começamos a nos perguntar quem eram as pessoas responsáveis pelo acontecido:
Seriam os alunos tão insensíveis a ponto de não dar valor algum a suas obras e abandoná-las até serem jogadas no lixo? (difícil de acreditar, isso raramente acontece no IdA, pois sabemos a dificuldade de se montar um trabalho, uma exposição, sem falar os custos de tempo e material)
Seriam os professores e responsáveis pela Galeria tão transigentes que permitiram o abandono dessas obras ao leo?
Ou foram os funcionários tão desinformados que teriam jogado as obras abandonadas embaixo de entulhos pesados negando-lhes a ultima oportunidade de recuperação, abdução, ou melhor, adoção de quem lhes desse um mínimo de valor?
Que estudantes são esses que não valorizam seu próprio trabalho e o jogam as traças?
Logo um trabalho tão significativo que dialoga diretamente com a arte de nossa cidade, de origem abstrata e construtivista, e que exaltou Arquitetos, Urbanistas, Paisagistas e Artistas doas quais a UnB, o IdA e a Fau se orgulham tanto! (Afinal todos nascemos de um mesmo ovo: o ICA Instituto Central de Artes, de onde também se originou a Faculdade de Comunicação).

Sentimos vergonha ao ver que obras que custaram tanto tempo e dinheiro foram tratadas desse jeito... se nem pela matéria nem pela grana valeu... muito menos pela arte ?!?
Que futuros Arquitetos são esses? Da mesma forma que esperam passar numa disciplina esperarão um dia ser contratados para um edital, uma licitação, encher os bolsos de grana sem se importar naquilo que vai ser irremediavelmente deixado para trás?
Acreditamos, que Brasília, em seu projeto arquitetônico, artístico e poético tem em seu discurso muito a se valorizar, e esta valorização deve começar por seus pequenos atos.

Fazemos um pedido:

ALUNOS, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS da FAU,
POR FAVOR NÃO JOGUEM ARTE NO LIXO.

Podem ser feitas muitas coisas antes disso: leiloem as, doem as, coloquem as no campus ou nas escolas para passear, ou pelo menos nos avisem para que possamos buscá las, amá las ou transformá las antes que virem lixo.
Se for muito difícil mudar, ofereçam algumas vagas para os alunos de Artes, que poucas oportunidades tem de explorar a proposta e os materiais dessa disciplina com tanta qualidade.

As poucas recuperadas já foram adotadas, uma delas inclusive foi parar na casa de um dos diretores da DEA, que ficou encantado ao vê-la passar.

att,
CAVIS.



Um comentário:

  1. Olá Centro Academico de Artes Visuais! Sou estudando do 3º semestre de Publicidade e Propaganda, trabalho com Direção de Arte em uma agência, e tenho algumas duvidas a tirar... Não se poderão me responder, muito menos se este é o lugar correto para perguntar, mas enfim... :p

    Sempre pensei em conciliar a faculdade de Publ. e Prop. com uma de artes.
    Mesmo sem saber muito do que se tratava, prestei o vestibular agora para Teoria Crítica e História da Arte, um dos cursos novos da UnB. Vocês sabem, mais ou menos, como funcionará o curso? Terá alguma ligação direta com as Plásticas? Quais matérias que iria pegar? Como o curso pretende ser. Se seria mais parecido com Museologia, ou com as Artes Plásticas? Ainda estou meio perdido em relação a este curso, já que a primeira turma ainda se'ra formada esse semestre. Gostaria de mais informações sobre ele. E como o IdA vem tratando-o.

    E gostaria, também, de saber um pouco do curso de Artes Plásticas. Pois, se não passar agora no vest., penso em prestar para Plásticas no meio do ano. Acredito que esse, sim, deve se relacionar de uma maneira até que direta com a Publicidade e Propaganda. Em questão de desing, traço, repertório criativo, ainda mais para a área que pretendo atuar: Direção de Arte.

    Desculpem se postei na área errada.

    Att, e obrigado desde já.

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